23/07/2025 às 17h26 - Atualizado em 23/07/2025 às 17h26

Médico vai além do plantão e percorre 20 km para garantir atendimento vital a recém-nascido

Por Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger

No auge da sazonalidade das doenças respiratórias, um bebê de apenas dois meses de vida mobilizou a equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas. No dia 9 de julho, Pedro Lucas dos Santos Oliveira deu entrada na unidade com um quadro grave de bronquiolite. Moradora da região, a mãe, Janaína Francisca dos Santos, procurava atendimento urgente para salvar o filho.

Após um histórico de internações por bronquiolite, o bebê precisou ser transferido para a UTI pediátrica do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Mas havia uma condição: o bebê só poderia ser recebido dentro de um horário específico, enquanto ainda houvesse um profissional especializado para realizar o acesso venoso, procedimento essencial para o atendimento. Sem isso, a transferência seria inviável, mesmo diante da gravidade do quadro clínico.

"A situação era grave, mas conseguimos vencer juntos. Isso dá sentido ao que fazemos todos os dias", diz o médico Isaac Azevedo Silva, com Pedro Lucas no colo e ao lado de profissionais da UPA do Recanto das Emas | Foto: Divulgação/IgesDF 

Diante do impasse, o coordenador médico do Instituto de Gestão Estratégica do DF (IgesDF), o cirurgião cardiovascular Isaac Azevedo Silva, se dispôs a ir até o HRSM para realizar o acesso e garantir o acolhimento do bebê na unidade.

“Combinei com a equipe do hospital que, se eles recebessem o Pedro Lucas, eu iria até lá realizar o procedimento. E foi o que aconteceu. Quando o bebê chegou, já passava das 21h. Me acionaram e fui imediatamente”, conta o médico.

A atitude foi essencial para viabilizar a continuidade do atendimento e garantir os cuidados adequados ao bebê. Dias depois, com o filho saudável, a mãe, Janaína dos Santos, retornou à UPA para agradecer pessoalmente.

“O doutor Isaac foi um anjo de Deus pra mim e pro meu filho. Já estavam tentando furar a veia dele, e nada funcionava. Ele precisava ser sedado e não conseguiam pegar o acesso. Foi então que o doutor se prontificou a ir até o hospital para fazer o procedimento. Se não fosse por ele, meu filho não teria sido transferido”, relata a mãe.

A história sensibilizou os profissionais da unidade e destaca o valor da atuação humanizada. “A técnica médica é fundamental, mas, muitas vezes, o que transforma o cuidado é algo que não se aprende nos livros. A formação técnica é a base profissional, mas é a empatia que constrói a ponte entre quem cuida e quem precisa de cuidado. É nessa conexão que a verdadeira medicina acontece”, destaca a gerente da Unidade, Ingrid Borges.

O reencontro com o bebê emocionou o médico. “Ver o Pedro bem, no colo da mãe, me deixou profundamente tocado. Ela fez questão de voltar para agradecer. Fiquei muito feliz e grato. A situação era grave, mas conseguimos vencer juntos. Isso dá sentido ao que fazemos todos os dias”, finaliza o médico.

“O doutor Isaac sempre vai ter minha admiração e meu respeito. Ele não só cuidou do meu filho no momento mais difícil, ele foi até o meu bebê e o salvou, isso eu nunca vou esquecer”, relembra Janaína.

*Com informações do IgesDF